Distrito 12

Assunto: Distrito 12 Ter Mar 14, 2017 1:44 pm

Relembrando a primeira mensagem :

DISTRITO 12

"O Distrito 12 tem vindo a crescer cada vez mais após a rebelião. Especializando-se em medicina e farmacêutica, os Tributos vindos deste distrito são inteligentes e astutos."

Antecipando os dias da Colheita, o ambiente no Distrito 12 estava bastante tenso. Haviam menos gente na rua, as pessoas falavam menos e pareciam nervosas. Porém, o trabalho continuava.

ATENÇÃO: Utilize este tópico para interagir dentro do seu Distrito (sozinho ou com o seu companheiro de Distrito). Pode falar de tudo, desde do que está fazendo até ao que está sentindo. Aproveite para desenvolver a história do seu personagem. A postagem não é obrigatória, mas apenas a faça se tiver a certeza que não mudará o distrito e ocupação do seu personagem depois. E lembre-se: O seu personagem ainda não foi escolhido na Colheita.

Assunto: Re: Distrito 12 Seg Jul 03, 2017 7:01 am

Malaphar Trustplate

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Começo a perseguir o indivíduo pelas ruas fodidas do Distrito 12. Ele usava um capuz e muitas peles de proteção, tais coisas me impediam de ver seu rosto de longa distância. As informações que recebi do merdinha do Morfeu foi que esse aí parecia ser de fato perigoso para a família riquinha dele. Mas como nunca tinha ouvido falar do tal sujeito? Algumas coisas não faziam sentido.

Atravesso a primeira quadra e o vejo entrando em uma casa abandonada. Estranho, mesma casa onde Morfeu aparentemente usava para contrabandear seus peões e utilizava como rota de fuga de casa. Devagar aos passos cautelosos, entro na casa, segurando com firmeza um porrete que havia pego na casa de Morfeu.

O sujeito estava virado para a parede, observando o grande muro pichado por cores escuras. Ele não se mexia e também não falava. Levanto o porrete e me aproximo lentamente. É quando vou dar o primeiro e último golpe que me surpreendo com o barulho atrás de mim. Por um momento hesito em acertar a cabeça do homem encapuzado e me viro para ver o que vinha por trás de mim.

Minha última visão é de ver um borrão acertando com força minha cabeça e me fazendo perder a consciência.

Assunto: Re: Distrito 12 Qua Jul 19, 2017 11:44 pm

Malaphar Trustplate

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Abro os olhos lentamente e vejo uma luz piscando num quarto com as paredes todas machadas. Aos poucos minha visão vai clareando ainda mais e faço uma careta. Que merda de lugar é esse? Onde eu tô? Balanço a cabeça para os lados e tento me levantar. Com a mesma velocidade e esforço que faço para subir o tronco, acabo por voltar e bater a cabeça de volta no travesseiro duro onde estava deitado.

Tento mexer os braços mas algo me pega de surpresa. Minha última visão antes de desmaiar vem à tona e me lembro de alguém batendo em minha cabeça com muita força. Olho para baixo e percebo que estou usando uma camisa de força, além disso, várias cintas prendiam meu corpo para a maca.

- Mas o que... Que merda é essa?! - Tento me mexer, achar uma brecha, sair, mas todo o esforço é em vão. Tudo o que eu conseguia mexer era a cabeça e olha lá.

Procuro qualquer coisa no quarto branco que pudesse me dar informações para sumir de onde estava, mas não havia uma janela, um buraco, não havia nada a não ser uma porta de madeira velha e podre.

Ouço a fechadura rangendo e consigo ver uma mulher com um chapéu de enfermeira entrando na sala como se fizesse aquele mesmo segmento por anos.

- Quem diabos é você?! - pergunto.

Ela olha para mim e sorri, amigavelmente.

- Olá senhor Trustplate, fico feliz que tenha acordado. Está com uma cara ótima hoje!

Ela retira do bolso uma injeção e bate com os dedos para jogar a última gotinha fora. Seus olhos se encontram com os meus e ela me entrega mais um sorriso doce.

- O que é isso? Que palhaçada é essa? - rosno.

- Sei que deve ter sido difícil para o senhor, ficar todo esse tempo apenas com a companhia da luminária de teto e dos passos nos corredores, mas logo vai ficar tudo bem, OK?

Ela aproxima de mim para me aplicar a injeção e então começo a balançar sem parar na maca. A mulher me pede para acalmar, mas não o faria enquanto não soubesse o que é que está acontecendo.

- Só... Quando... Você... Me dizer... O que está acontecendo! - digo, encarando-a.

A mulher suspira fundo, como se já tivesse feito isso várias vezes.

- Fui designada a cuidar do senhor enquanto não tem mais ninguém, Senhor Trustplate. Sei que não é fácil perder os pais da forma que você perdeu, mas precisa superar isso, e esse remédio fará com que fique bem melhor!

A mulher pega minha reação de surpresa e aplica a injeção, que rapidamente começa a se espalhar em meu corpo, fazendo com que eu me sentisse mole, até apagar novamente.

Assunto: Re: Distrito 12 Ter Ago 15, 2017 1:02 pm

Malaphar Trustplate

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Já não conseguia mais distinguir quantos dias haviam se passado, que horas eram, muito menos o que estava acontecendo com o mundo fora da sala branca com a parede manchada de musgo e descascada onde me prendiam feito um refém.

Com os olhos semi-abertos consigo ver duas figuras conversando, e por mais irado que estivesse, não conseguia me mover ou pronunciar qualquer palavra. Era basicamente como se todo meu corpo estivesse no modo avião e eu fosse um telespectador vendo os Jogos Vorazes pela TV. Completamente inútil.

Por mais incapacitado e bosta que eu estivesse, conseguia reconhecer aquela voz até mesmo surdo. Morfeu...

- Certifique-se de que ele se mantenha insano nesse estado vegetativo até a Colheita, e então faremos a mágica acontecer, está bem?! - Ele diz à uma mulher, que concorda balançando a cabeça.

- Quando poderei vê-lo novamente, senhor? - sua voz era gentil e chorosa, como se ela também não estivesse em posição de fazer alguma coisa.

Ouço a gargalhada de Morfeu. Ele volta seus olhos para mim e percebe que estou devolvendo o olhar em sua direção.

- Acordou a Bela Adormecida! Pobre moribundo és tu, Malapharzinho. - ele se aproxima e aperta minha bochecha com força, sorrindo. Vejo seus dentes tortos, e um único de quebrar todos eles e fazê-lo engolir pela bunda. Morfeu passa a mão pelo meu cabelo e então aproxima seu rosto do meu para dar um beijo no meu rosto. - Mal sabe o que te aguarda, - ele diz na minha orelha. - Logo verá seu irmão ser devorado pelos cães... Isso! Quero ver esse mesmo olhar de desespero que tens agora, meu parceiro. Quero fazê-lo chorar todas as lágrimas que não tens. Quero ver você sentir o gosto do sangue do seu irmão quando eu o fizer beber.

Deixo escorrer uma lágrima. A camisa de força me impedia de mover qualquer parte do meu corpo, e minha boca parecia estar anestesiada o suficiente para que eu mal pudesse mover a língua. Meus olhos se encontram com os de Morfeu e ele limpa minha lágrima antes de empurrar minha cabeça de volta para o travesseiro.

Faço um gemido com a boca, mas era inútil, eu soava como um avox tentando dizer que não faria algo ao seu dono.

Morfeu segue até a mulher e da um tapa em sua bunda, seguido por um apertão. Já não conseguia mais contar quantas lágrimas havia em seus olhos.

- Quanto à você, amor. Espero você em 30 minutos na minha sala, então negociaremos alguns termos.

Por mais filho da puta que Morfeu fosse, nunca o tinha agradecido tanto por maltratar alguém. Morfeu disse "minha sala", e eu mais do que ninguém sei onde fica sua sala, e também, todo o resto do prédio abandonado onde ela ficava.

Assunto: Re: Distrito 12 Seg Out 16, 2017 12:58 pm

Malaphar Trustplate

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Abro os olhos e me vejo me alimentando da papinha que a enfermeira me fazia beber através de um tubo. Meus braços e pernas ainda amarrados, só eram soltos uma vez ao dia, e em seguida, me sedavam novamente.

No meu tempo livre, ficava meditando e fazendo exercícios aeróbicos, pois eu sabia que a paciência era a virtude de tudo. Mas até onde iria minha paciência, isso eu não sei. Só de pensar no quanto tempo eu estava aqui, era outra incógnita. Disso eu também não sabia. Semanas? Meses?

A enfermeira tira o tubo de prepara a injeção para me fazer apagar novamente. Me preparei tanto, mas tanto, que essa dose dessa porcaria que ela me dava já não era tão suficiente assim para me fazer desmaiar, pelo menos ela não sabia disso.

- Por favor, de novo não... - deixo escorrer uma lágrima dos olhos. - Seja lá o quanto Morfeu te paga, eu pago o dobro. - a moça ri, o que me faz ficar sério, encarando-a. - Depois não implore para que eu poupe sua vida, vadia.

Ela aplica a injeção com tanta força, que sinto como se ela tivesse até mesmo aplicado errado. Não demoro muito até fechar meus olhos.

- Descanse bem, meu lindo. Adoro poder abusar de você enquanto dorme. - ela sussurra.

Sinto algo me desamarrando. Primeiro minhas pernas, e então minhas calças sendo retiradas. Em seguida, a enfermeira desamarra meus braços e começa a me tocar. Então é isso que ela faz enquanto eu tô desacordado?!

- Se quer tanto meu corpo, por que não pede com educação? - pergunto, sorrindo para ela.

A moça tenta se virar para pegar algo em cima da mesa e então a puxo pelo cabelo e encosto seu corpo de costas no meu. Começo a rir.

- Sua respiração está pesada, doutora. Precisa de auxílio médico? - pergunto, fazendo com que ela se ajoelhe aos poucos.

Antes mesmo que ela possa gritar, tampo sua boca e faço um sinal de silêncio.

- Se gritar, morre. - digo.

Começo a sentir meu corpo amolecendo de novo. O efeito da anestesia estava começando a aparecer e eu precisava urgente sair desse quarto. Olho para a enfermeira, que se vestia com vários mantos e frapos escuros e sujos, algo nada comum para uma enfermeira. Seu rosto moreno mostrava desespero por aquela situação, e já eu, bem, eu não tinha muito tempo. Pego uma mordaça e coloco em sua boca, para que ela não grite. Em seguida, quebro seu tornozelo com um pisão e vejo que ela começa chorar. Em cima da bancada vejo uma seringa, a mesma que ela usou em mim, junto com uma maleta com dez outras seringas já com a droga do sedativo. Pego três sedativos e aplico na garganta da enfermeira.

- Boa noite, doutora. Depois você me diz se no inferno é quentinho.

Ela apaga e eu começo a revistá-la as pressas para poder encontrar a chave que me tiraria desse quarto. Quando finalmente encontro, ouço um barulho no corredor. Era a voz de Morfeu.

- Você precisa ver a mágica que essa enfermeira faz quando ele tá apagado. - ele e mais outra pessoa começam a rir, girando a maçaneta.

Rapidamente pego dois sedativos e me escondo atrás da porta. Morfeu da o primeiro passo e então vê a doutora no chão.

- Mas que porr- O pego de surpresa, enfiando os dois sedativos em seu braço.

O companheiro junto com Morfeu tenta correr, mas me jogo em cima dele. Era só um garoto de aproximadamente 14 anos, bem o tipo de gente que Morfeu gostava de brincar. Chuto o saco do rapaz e então acerto vários chutes em sua cabeça.

- Uh... Nada mal... - digo, limpando o suor da testa. -
Agora, Morfeu... Vamos tirar uma soneca? Até mais tarde... - gargalho, vendo seus olhos revirarem para trás.

Assunto: Re: Distrito 12 Ter Out 17, 2017 8:57 pm

Malaphar Trustplate

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Morfeu começa a gargalhar, o que me faz enterrar mais um soco em seu rosto. Ele cospe uma bola de sangue no chão e começa a rir novamente.

- Você tá cheio de cicatrizes no braço, percebeu?! - ele diz, como se lembrasse de cada uma delas. - Vim aqui todos os dias enquanto você esteve dormindo para fazer um risquinho. É, Malaphar, você tá dormindo a um bom tempo.

Começo a tocar meus braços e vejo vários jogos da velha riscados, alguns já cicatrizados, outras feridas ainda com casca. Encaro ele de volta, perplexo.

- Onde está Thanatos? - pergunto, tranquilamente. Morfeu cerra seu maxilar e me encara debaixo para cima. Começo a perder a paciência, seguro-o pelo colarinho e começo a bater com sua cabeça na parede. - CADÊ MEU IRMÃO SEU FILHO DA PUTA?! - grito.

- Você ficou tempo demais longe de casa, Malaphar. - ele sussurra, ainda mostrando os dentes podres banhado a sangue.

Solto Morfeu e pego um dos alicates maciços que encontrei enquanto ele estava apagado.

- Me matar não vai ajudar a encontrá-lo... - ele diz, encarando o alicate.

Eu sabia que Morfeu estava começando a ficar com medo. Sua própria expressão, apesar de esconder, mostrava isso.

- Ah, mas eu não vou te matar. Você não merece morrer, Morfeuzinho. - digo, deslizando o alicate pela sua perna amarrada na cama de força.

- Eles vão notar minha ausência, Malaphar. Você vai ser o culpado, vão matar você e seu irmãozinho nojento. - ele responde.

Ótimo. Estava começando a ganhar as informações que precisava. Então Thanatos ainda estava vivo. Me aproximo dos pés de Morfeu e seguro com força seu dedão com o alicate.

- Que me encontrem. Mato a todos. - digo, antes de arrancar seu primeiro dedo.

Assunto: Re: Distrito 12 Ter Out 24, 2017 7:43 pm

Malaphar Trustplate

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Sem três dedos na mão esquerda e dois na mão direita, sou obrigado a parar antes que Morfeu tenha uma hemorragia. Aqueço uma chapa de aço e queimo sua mão para que ela pare de sangrar. Os gritos de Morfeu já não tinham mais forças, seu corpo já não se mexia por vontade própria e a única coisa que ele me devolvia era um olhar implorando para que eu parasse.

Recuo um pouco e ouço passos vindos do corredor. Eu estava vestido com vários panos que uma vez já foram da cor branca, isso se não fosse o tanto de mancha de sangue e sujeira que acumulou com todo esse tempo. Saio da sala mostrando uma cara de desesperado. Os dois cachorrinhos de Morfeu me olham assustados.

- Cadê o chefe?! - eles perguntam em um só tom.

- Rápido, três caras entraram aqui e acabaram com ele! Me ajudem a salvá-lo! - suplico, com as mãos.

Os dois otários vem correndo atrás de seu dono e entram na sala. Para a infelicidade deles, a sala estava vazia, exceto pelos cinco dedos de Morfeu que estavam em uma bandeja e o jovem rapaz que estava acompanhando-o junto com a doutora, ambos mortos. Eles procuram por Morfeu e então me olham, confusos.

Antes que dessem um único passo, fecho a porta de aço e giro a chave. Começo a gargalhar.

- HAHAHAHA... - dou um longo suspiro enquanto coloco meu corpo de costas com a porta e vou descendo lentamente até sentar no chão. Passo a mão no rosto e percebo o sangue de Morfeu junto com meu suor, ambos formavam uma mistura com um odor no mínimo engraçado. - É inútil bater na porta, seus otários. Eu sei bem porque esse foi o quarto onde seu amado chefinho me abrigou por alguns dias, talvez semanas. - gargalho novamente. - Mas ei... EI! - grito, até que eles parem de bater na porra da porta. - Pensem pelo lado bom, vocês tem dois mortos e cinco dedos.
Comida não vai faltar. - gargalho de novo, apesar de conseguir ouvir um deles chorando.

Me coloco de pé e sigo em direção ao quarto da frente, onde Morfeu repousava como uma princesa. Fico encarando um pouco enquanto ele dormia e então decido deixá-lo ali até que acorde, já que está amarrado, não tem a mínima chance de ir para algum lugar.

Antes de perder o terceiro dedo, eu já sabia exatamente onde Thanatos estava, mas não podia parar, Morfeu havia sido tão covarde que me vi obrigado a transformá-lo em um homem. Um homem quase cotoco, mas um homem.

Dou as costas e subo em direção à sua sala. Conhecia esse prédio tão bem quanto nossa casa. Morfeu pode ter mudado todo o quarto, mas as passagens e as armadilhas ainda permaneciam as mesmas. Agora era fazer um último check-in antes de voltar pra casa.

O chão rangia da mesma forma que antes. As paredes ainda permaneciam geladas como o de costume, e o escritório de Morfeu ainda permanecia o mesmo. Começo a vasculhá-lo por alguns momentos, e lentamente abro sua gaveta, mas tudo o que encontro são duas facas, as chaves da casa onde morávamos, algumas drogas que Morfeu usava para "relaxar", já que tinha uma vida muito difícil. Judiação.

Pego uma das facas e as chaves e fecho a gaveta. Algo me intriga, de repente. Vejo uma folha de papel assinada por algum nome que não conseguia identificar. Apesar da maioria das pessoas serem analfabetas, aprendi a ler no último Distrito. Ainda desnorteado com o texto, levo um tempo para perceber que a escritura em minhas mãos assinava minha sentença.

Morfeu tinha conseguido burlar as regras da Colheita, e o nome do sortudo selecionado à 78th Edição dos Jogos Vorazes será o meu.

Assunto: Re: Distrito 12 Dom Out 29, 2017 12:32 pm

Malaphar Trustplate

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Sigo aos passos rápidos até o quarto onde Morfeu estava e jogo um copo de água em seu rosto para acordá-lo. Pego o papel e aponto na sua cara.

- VOCÊ TEM DEZ SEGUNDOS PRA DIZER COMO IMPEDIR ESSA MERDA. - respondo, rangendo os dentes.

A vontade de matá-lo era gigante dentro de mim, mas ele sempre teve uma carta na manga. Morfeu me deixaria dopado até o dia dos Jogos, durante a colheita eu teria meu nome sorteado e então meu irmão seria pra sempre dele. Eu provavelmente estaria debilitado suficiente para fazer qualquer coisa e a morte na arena seria eminente. Ainda assim, ter descoberto tudo não muda as coisas para melhor.

Morfeu começa a rir.

- Então você descobriu. Poxa vida... - ele me entrega mais um sorriso antes de fechar os olhos novamente.

- Não brinque com fogo, Morfeu. Como eu faço pra impedir isso?!

Ele abre os olhos novamente e pela primeira vez eles estão tão vagos que consigo sentir que aquele Morfeu covarde e com medo da morte parecia não existir mais. Agora ele era só uma casca vazia cheia de ódio.

- Não faz. Seu nome será sorteado... - ele faz uma pausa e respira fundo enquanto olha para suas duas mãos e seus cinco dedos restantes. - Só cinco? Achei que você fosse melhor que isso, Trustplate.

Pego a faca e o alicate. Meu nome seria sorteado na próxima colheita, mas se eu iria para os Jogos Vorazes, ainda teria uma chance de voltar, ou diferente de Morfeu, eu morreria tentando. Acaricio seu cabelo liso e ensebado, passando o alicate lentamente pelo seu rosto cheio de hematomas. Começo a sorrir, sentindo minha pupila dilatar cada vez mais com as inúmeras possibilidades do que poderia fazer com seu rosto para deixá-lo ainda mais horrível.

- Sabe, você tem razão... Eu realmente fiquei com um coração mais mole com o tempo. - sorrio, pressionando a faca contra o buraco mal cicatrizado da coisa que ele ainda chama de mão. Sinto seu rosto se contorcer de dor, mas ele não solta nenhum barulho pela boca. - Quais suas últimas palavras, Morfeu? - pergunto.

Ele suspira, e então respira fundo para pegar mais fôlego. Morfeu inclina sua cabeça para frente e sorri com os dentes tortos e podres.

- Desejo que você morra lentamente nos Jogos Vorazes. E quando estiver perto de morrer, lembre-se que seu irmãozinho ainda está sob a tutela dos meus pais. Bom Jogos Vorazes, Malaphar.

Sinto meu rosto esquentar, e então sorrio pra ele.

- Seu maior problema é que você fala demais, Morfeu. - sorrio -
Quanto aos Jogos, fique tranquilo. Você ainda vai conseguir assistir tudo. Mas infelizmente não vai ter opinião alguma. - gargalho, antes de puxar sua lingua para fora e torná-lo um Avox.

Assunto: Re: Distrito 12 Sex Nov 03, 2017 2:31 pm

Malaphar Trustplate

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Chego no meio da noite na casa dos pais de Morfeu. O segurança rapidamente me reconhece e corre em minha direção para me impedir. Acerto um chute em seu saco e o derrubo. Pego o bastão que o homem tinha em mãos e começo a acertar em sua cabeça repetidas vezes, até me cansar.

- Acho que isso é o suficiente. - digo, em seguida assobio para os cães que eles mantinham dentro da casa.

Estava acostumado a lidar com os animais, o que foi fácil de ter a outra parte do acesso sem matar mais ninguém. Sorrio para eles e os acaricio.

- Trouxe comida pra vocês, garotos. Aqui ó... - apondo para o homem caído e os cães correm em direção à ele.

Viro as costas, não era obrigado a ver esse tipo de situação, por mais prazerosa que poderia ser, os cães merecem privacidade para se alimentar.

Giro a maçaneta e entro na casa. Tudo já estava escuro. Dou alguns passos e vejo a porta do meu quarto e a porta do quarto de Thanatos. Ouço o barulho de uma porta se abrindo e sou obrigado a entrar no quarto da senhora Shiva. A mulher estava deitada e gemia como uma cachorra no cio.

Encaro incrédulo por um tempo até perceber que a pessoa com quem ela estava. Iba Gadott, uma das empregadas da casa.

A mulher para e se espanta com minha figura cheia de sangue na cara. Antes que ela pudesse gritar, tampo a boca da senhora Shiva e sorrio para Iba.

- Nada mal, Iba. Parece que te ensinei direitinho.

Ela sorri para mim e coloca os cabelos atrás da orelha.

- Não é tão difícil quando o marido dela não da conta - ela sorri.

A única empregada dos Cristails no qual eu tinha 100% de confiança era em Iba. Assim como eu, ela também foi transferida de Distrito. Aparentemente seu Distrito de origem era o 8.

Shiva começa a se debater e sou obrigado a pressionar minha mão contra sua garganta.

- Onde está o Sr. Cristails? - pergunto.

- Fora do Distrito a negócios. Retorna amanhã à noite, pois em dois dias teremos a Colheita. - responde Iba.

Puta merda. Encaro a garota, incrédulo. Meu coração começa a bater mais rápido e sinto o sangue subir na minha cabeça.

- Iba, por quanto tempo estou fora? - sinto minha voz falhar.

- Quatro meses. A senhora Shiva disse que você estava em uma missão difícil de se resolver. - ela comenta, encarando a mulher e acariciando seu rosto. - Vai matá-la dessa forma.

- E Thanatos? Onde está Thanatos?! - sussurro, com os dentes rangendo sem parar. Pressiono a segunda mão no pescoço da mulher e começo a ver seus olhos piscando.

- Dormindo. - ela responde. - Olha, se sua ideia é matar a velha, mate. Mas não me envolva nisso.

Shiva desmaia em minhas mãos e então respiro fundo antes de voltar meu olhar para Iba.

- Conhece algum lugar onde você pode levar Thanatos e deixá-lo em segurança?

Ela confirma com a cabeça e então vê dos seus olhos o mesmo sorriso que dei quando arranquei a língua de Morfeu.

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