78º Edição Anual dos Jogos Vorazes
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78º Edição Anual dos Jogos Vorazes
 
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 Distrito 10

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Dante Archer
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Amethyst Portshore
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MensagemAssunto: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeTer Mar 14, 2017 1:31 pm

Relembrando a primeira mensagem :



DISTRITO 10

Distrito 10 - Página 8 Western

"a principal indústria do Distrito 10 é o gado, tal fornecendo carne bovina para o Capitólio."


Antecipando os dias da Colheita, o ambiente no Distrito 10 estava bastante tenso. Haviam menos gente na rua, as pessoas falavam menos e pareciam nervosas. Porém, o trabalho continuava.

ATENÇÃO: Utilize este tópico para interagir dentro do seu Distrito (sozinho ou com o seu companheiro de Distrito). Pode falar de tudo, desde do que está fazendo até ao que está sentindo. Aproveite para desenvolver a história do seu personagem. A postagem não é obrigatória, mas apenas a faça se tiver a certeza que não mudará o distrito e ocupação do seu personagem depois. E lembre-se: O seu personagem ainda não foi escolhido na Colheita.

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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeTer Set 26, 2017 7:48 pm



Turnê da Vitória

Dante Archer chega finalmente em casa para terminar de vez sua Turnê da Vitória. Sua ansiedade aumenta a cada quilômetro percorrido, deixando-o uma pilha de nervos cada vez que ele olha pela janela e percebe que falta pouco para chegar.

Assim que desce na estação de trem, o rapaz é recebido com muita festa e aplausos. Por todo lugar que Dante olhava, o rapaz via gente sorrindo enquanto come alguma das guloseimas oferecidas pela Capital na comemoração de sua vitória. Sua família é a primeira a ir cumprimentá-lo, sendo seguida por alguns influentes do Distrito 10. Rapidamente, arrastam o mais novo vitorioso para dentro de um carro e o levam até o Edifício da Justiça, sem qualquer cerimônia.

A multidão vai à loucura quando o rapaz surge no palco após o discurso do prefeito. Porém, a primeira coisa que o garoto percebe é o rosto de sua companheira de distrito no telão, o que o deixa pouco confortável. Depois de todos se acalmarem, Dante pôde começar seu discurso de vitória em seu distrito natal.

Distrito 10 - Página 8 2-54

Havia um único pedestal no meio da plateia. Os pais de Ellie Ballantyn estão visivelmente abalados, mas não demonstram tristeza ou qualquer outro sentimento. Os homens seguram com firmeza um a mão do outro. A imagem da garota no telão tem um mix de sarcasmo e irritação estampado em sua face.

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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeDom Out 01, 2017 4:43 pm


DANTE ARCHER

Apercebo-me que me estou levantando de dez em dez minutos para ir beber água. Eventualmente, acabo trazendo uma garrafa cheia para cima da mesa do lado da janela, por onde observava a paisagem a ficar cada vez mais seca, à medida que descíamos em direção ao Distrito Dez. De regresso a casa e sinto-me mais nervoso que nunca. Como se não tivesse encarado já a minha família, amigos, todo o meu povo, quando regressei dos Jogos há cerca de seis meses atrás. Como se não tivesse já conversado com eles, convivido com eles novamente, explicado a minha situação. Mesmo depois de tudo isso, parecia que ainda estava num mundo à parte. Como se a barreira que se criou entre mim e todos a partir do momento em que me voluntariei ainda cá estivesse de pé e bem firme.

Foram seis meses de pouca troca de palavras. De refeições silenciosas e de tentativas falhadas de tentar solucionar as coisas. Eles não podem fingir que nada aconteceu, eu tampouco consigo fingir que está tudo bem depois do que eu fiz. Do que eu lhes fiz. E duvido muito que qualquer coisa que eu possa dizer em cima daquele palco possa justificar minhas ações para eles, mas é uma tentativa que tenho para ao menos quebrar esta barreira o mais possível. De pedir desculpas e não parecer um idiota de uma vez por todas.  

Não tarda muito em ter que me levantar de novo para pegar outra garrafa. A minha garganta estava incrivelmente seca, e demoro um pouco a perceber que era por conta da velocidade com que estava inspirando e expirando ar. Mertle parecia estar-me oferecendo o tratamento do silêncio, depois de toda a merda que disse no Um apesar das suas contra-indicações. Não porque acho que esteja irritada, não, se fosse esse o caso ela não teria parado de gritar até agora - mas porque provavelmente percebeu que a coisa nem correu assim tão mal e não quer admitir isso para mim depois de me ter dado tanto na cabeça contra o assunto. Tanto que quando me deu os cartões para o discurso do Dez, nem se dignou a olhar para mim. Da mesma forma que eu tampouco me dignei em sequer lê-los, pois em momento algum me passou pela cabeça sequer segurar num cartão desses perante todo o meu Distrito.

Mas o silêncio estava a dar cabo de mim. Eu não aguentava matutar mais sobre o assunto, no que pensarão de mim e como vou reagir a isso. Ou o que posso fazer para minimizar isso. Seria engraçado se este assunto não me estivesse corroendo por dentro, pois nunca quis saber da opinião dos outros. Mas quando os outros são minha própria família, a situação é bastante diferente. E eu não quero viver o resto da minha vida como passei esses últimos seis meses. Só para tirar essa nuvem de dentro da minha cabeça era capaz de ir conversar com a minha equipa de preparação sobre seus assuntos fúteis de pouca ou nenhuma importância, não fossem eles estarem dormindo agora. Achando que talvez fosse boa ideia fazer o mesmo para o tempo não custar passar, levanto-me e dirijo-me para o vagão do meu quarto, mas só preciso de um segundo deitado na cama para saber que isto não ia dar em nada. Não conseguiria dormir nem que me drogassem.

Acabo passando umas boas horas olhando para o tecto, mantendo distância visual das janelas para não me dar conta de onde já estou. Desde que a turnê começou que achava que o mais difícil seria enfrentar as famílias de quem matei ou o distrito de quem me tirou Zachary. Agora me apercebo que foram quase como distrações para me afastarem do verdadeiro problema. Nunca acharia que o verdadeiro desafio seria regressar a casa. Ver através dos olhos de um Vitorioso, lá em cima do palco, a família à qual quebrei a confiança ao me ter voluntariado, os olhos do meu amigo cujo o Jogo que ganhei foi o mesmo que lhe tirou a irmã, e a família daquela garotinha irritante que sempre me vinha à fazenda chatear mas que me fez chorar quando morreu nos meus braços. O que posso dizer para eles? Voluntariei-me para o mesmo jogo que matou o meu irmão. Que matou a irmã de Frank. Que matou a filha daquele casal. Todas vidas inocentes que só estavam ali por causa de uma lotaria, enquanto que eu estava por opção própria. Que raio lhes poderia dizer que tornasse as coisas menos más!?

Sou sobressaltado pela paragem do comboio, anunciando nossa chegada ao Distrito Dez. Mesmo depois de tantos dias aqui enfiado, ainda me surpreende o quão rápido este método de transporte pode ser. A última coisa que me apetecia era sair deste lugar, mas estava na altura de engolir todas minhas preocupações e enfrentar meu próprio Distrito. Mas assim que coloco um pé fora do trem, supreendo-me ao ver minha família esperando por mim na estação. Não penso em mais nada e sem esconder minha surpresa, junto-me a eles para os cumprimentar, dando um abraço forte a Anthony e Samuel. Rapidamente sou empurrado para continuar em frente, onde outras figuras relevantes também insistem em me cumprimentar. Um atrás de outro, tornando meus movimentos tão automáticos que nem consigo pensar direito no que estou a fazer, até chegar ao carro para onde praticamente sou arrastado e minha família desaparece da minha vista tão depressa como apareceu. Não sei se vê-los já me deixou mais nervoso ou mais descansado para depois....

O resto da viagem de carro consegue ser ainda mais massacrante, já que este não ia tão rápido e o Distrito Dez é bastante extenso. Mesmo com 90% da paisagem sendo puro deserto, ainda era capaz de avistar umas quantas pessoas que aguardavam em locais estratégicos pela minha passagem, prontos a acenar e a mostrar os pára-quedas com a comida oferecida pela Capital pela ocasião. Não consigo evitar sorrir, pois ao menos uma boa porção da população não sofreu com a minha decisão idiota. Muito pelo contrário.

Chegamos finalmente ao Edifício da Justiça e ao aproximar-me das escadarias que dariam entrada às traseiras do palco, sinto que estou fazendo isto pela primeira vez e não pela décima quarta. Meu coração está a bater tão depressa que eu preciso disfarçar a ansiedade ao pedir um copo de água antes de entrar no palco para ganhar tempo de me acalmar, pois se fosse para discursar assim seria impossível perceberem uma única palavra que saísse da minha boca. Assim que termino, respiro fundo e não hesito mais. Não tenho nada preparado, tanto que até deixei os cartões de Mertle no vagão do comboio, mas não há necessidade disso. Hoje não vou falar para um público de desconhecidos. Vou falar para os meus amigos e a minha família. É a eles que preciso convencer com minhas palavras, mais ninguém. Ao menos convencê-los a aceitarem as minhas desculpas.

O Prefeito começa seu discurso e assim que anuncia meu nome, entro no palco. Com um sorriso fraco no canto do lábio, aceno para todos, aproveitando o momento para digerir a atenção e palmas oferecidas pelo público. Por breves momentos, sinto aquela parte imprudente de mim que tanto quis isto se sobrepôr ao meu lado preocupado que teve que levar com as consequências de cabeça. Eu tanto lutei para isto, estava tão seguro das minhas capacidades e realmente, aqui estou eu. Contra todas as probabilidades que na altura ingenuamente acreditei estarem a meu favor. Graças à minha vitória, a qualidade de vida no Distrito Dez melhorou um pouco, mesmo que temporariamente, com todas as ofertas vindas da Capital. E tendo-me agora a mim como Vitorioso, talvez eu possa continuar a lutar para chamar a atenção para o nosso Distrito e tornar essa melhora na qualidade de vida mais constante.
As palmas começam a cessar gradualmente e à medida que o barulho se dissipa, foco minha atenção inevitavelmente no enorme pedestral reservado a Ellie, trazendo de volta o Dante preocupado. A sua imagem com a expressão típica dela tão bem capturada, faz-me esboçar um pequeno sorriso, como se ela estivesse ali mesmo olhando para mim - o que, simultaneamente, me deixa um pouco desconfortável, ao lembrar-me inevitavelmente do seu destino. Fico fixo em sua imagem durante alguns segundos, obrigando-me mentalmente a me recompor para dar então início ao discurso.

— Zachary Archer. - Vou direto ao ponto, após agradecer a todos pela recepção calorosa - Não duvido que seja um nome familiar para vocês agora, depois de eu o ter mencionado umas boas dezenas de vezes desde que esta jornada começou. Talvez alguns se lembrem de como é que ele era, outros não; afinal perdemos Tributos todos os anos e já lá vão sete desde que foi a vez de Zach. Não posso deixar de o mencionar mais uma vez neste momento, agora que finalmente estou no meu distrito, no distrito dele também. Zachary era o meu irmão mais velho, quem mais eu admirava neste mundo. Quando entrámos na sala para nos despedirmos dele, Zachary disse-nos que venceria. Ele prometeu-nos. Mas ele nem precisava de o fazer, porque eu estava cem por cento confiante disso. Em troca, eu também lhe fiz uma promessa… sabem qual foi a última coisa que Zachary disse para mim? Pediu-me para cuidar dos nossos irmãos. Só isso.  “Pode deixar!”, foi a minha resposta.

Ajeito o lenço de Zachary que levo ao pescoço e respiro fundo, tentando manter meu olhar neutro em relação ao público, para contrariar a vontade de procurar e me fixar apenas nos meus irmãos.

— Durante muitos anos eu fiz de tudo por isso, para cumprir minha promessa mesmo que Zachary não tenha conseguido cumprir a dele. Tomei posse do trabalho de dele na fazenda para além do meu, trabalhando o tempo inteiro para que nunca nos faltasse nada. Mesmo quando o nosso pai morreu, eu fiz de tudo para me manter firme perante meus irmãos, para manter a normalidade na fazenda e para impedir que nos levassem para um orfanato. Tudo para honrar Zachary. Mas sentia que não era suficiente. À medida que ia mantendo minha promessa, paralelamente foi aumentando em mim o ódio que sentia por Romeo. Não, para mim não era suficiente. Zachary estava morto e Romeo estava vivo, vivendo à grande a vida de Vitorioso sem lhe faltar uma refeição. Na minha cabeça, isso não fazia sentido. Não podia ser justo. E se havia algo que eu pudesse fazer para mudar isso, bem... como podem ver eu não hesitei.

Agora sim, pauso para fixar minha família, que não demoro muito a encontrar por terem lugares reservados logo nas primeiras filas. Tomo algum tempo para olhar para cada um deles, antes de prender meu olhar em Cain, que me fixa de volta com uma expressão visivelmente ainda bastante irritada comigo.

— Só depois me apercebi na Capital que foi exatamente quando me voluntariei que quebrei a promessa que fiz a Zachary. A partir do momento em que me inscrevi num Jogo com tantas probabilidades em cima da mesa que, apesar de toda a minha confiança e certeza de que iria vencer, eu não podia garantir meu regresso. Deixei meus irmãos sozinhos sem a certeza de que regressaria para eles. Portanto sim, Cain, tens razão. Eu sou um autêntico egoísta. Eu acreditei que estava fazendo isto por Zachary, por vocês, por todos os que carregam o nome Archer. Quando na verdade foi tudo por conta de mim próprio e da minha estúpida ideia de achar que isto fosse mudar alguma coisa. Não mudou nada em relação a Zachary, aliás, só me fez ser o “Romeo Citrine” para os familiares de quem matei. Agora eu vejo como isto foi um choque para vocês e sei que não há nada que possa fazer ou dizer que valide minhas ações, por isso peço-vos as minhas mais genuínas desculpas. Eu fui um idiota e vocês não mereciam isto. Nem vocês, meus irmãos, nem meus primos e tios que tiveram que vir até cá para tomar conta de vocês por minha causa, nem tu, Frank e toda a família Haddock, pois eu achava que estava fazendo o certo por Amaia também. Me desculpem.

Queria, mas não tenho coragem de continuar encarando minha família para ver como suas expressões reagirão. Em vez disso, foco agora minha atenção no pedestral de Ellie, onde seus pais agarravam as mãos. Eu sei exatamente o que lhes quero dizer. Quero dizer que só vejo um destino para a gorila que me foi oferecida pela Capital, e esse destino é com eles os dois. Afinal, antes de mim ela pertencia a Ellie. Teria todo o gosto em que eles ficassem com ela. Porém, há algo que me deixa com o pé atrás, e é exatamente a lembrança de Peeta Mellark oferecendo uma boa parte dos seus ganhos à família de Rue. Apesar de ser uma boa ação, a Capital não achou piada nenhuma a isso. E como a gorila me foi pessoalmente oferecida, tenho receio que eles levem a minha boa intenção a mal, pelo que vou ter que jogar pelo seguro.

— Mas agora que regressei, tornando-me assim o único Vitorioso do distrito Dez em ativo, só posso aproveitar minha posição para guiar nosso Distrito o melhor que puder nas edições que se seguirão. Eu fui casmurro, não achei que fosse precisar de mentores ou aliados para nada, sentia-me seguro apenas com as minhas habilidades - mas rapidamente me apercebi que não era bem assim. Há outra pessoa de quem eu preciso falar enquanto aqui estou: minha aliada, Ellie Ballantyn.

Não sei que palavras bonitas possa dizer aos seus pais que fosse tornar esta situação melhor para eles, e tampouco conhecia Ellie assim tão bem para me dar ao luxo de grandes discursos. Mas de uma coisa eu tinha a certeza, que é que se não fosse por Ellie, eu não sei quantas mais coisas idiotas eu teria feito.

— Uma garotinha de treze anos de constante mau-humor, cujo hobby quase diário consistia em passar pela fazenda Archer só para me vir chatear. Nem me passou pela cabeça alguma vez me aliar a ela, não fosse Ellie quem fez a proposta. Bem subtilmente, mas fez, lá à sua maneira. E eu não sei se foi por ter ela ao meu lado me lembrar os meus irmãos, mas Ellie foi a única pessoa com quem eu pude ser genuíno enquanto estive nos Jogos. Não porque alguém me algemou a ela ou coisa parecida. Mas porque no meio de todas as provocações, Ellie mostrou ser a única pessoa que no meio de todo o ódio que eu fervia, do quão cego estava pelo meu desejo de vingança, que conseguiu ver por detrás disso tudo e me chamar de aliado. E não estou a exagerar quando digo que fora do meu círculo familiar, foi ela a primeira pessoa por quem senti alguma compaixão desde a morte de Zachary. Porque também ela me permitiu ver isso. Dizem que os amigos são encontrados nas alturas mais inusuais, e eu não esperava mesmo encontrar uma amiga na minha parceira de Distrito, não num lugar como aquele. -  vagueio meu olhar pela plateia, aliviando minha expressão séria com um sorriso leve antes de continuar. - Ellie ajudou-me a ver isto para além da minha vingança. E mesmo após seu canhão soar, ela continuou me ajudando. Através do gorila que ela tinha em sua posse, e que mais tarde me ajudou na final. Como tal, decidi dar o nome de Ellie à gorila e estamos expandindo o terreno da fazenda para criar um habitat com as melhores condições para ela.

Pouso meu olhar fixo nos pais de Ellie, que me encaravam de volta. Sem mais demoras, dou um passo mais próximo do microfone e continuo.

— Senhores Ballantyn, seria o maior gosto vê-los com mais frequência nos nossos terrenos, e quero que saibam que para além de não terem que pedir autorização para visitá-la as vezes que quiserem, que terão sempre a porta aberta e uma refeição quente à vossa espera na Fazenda Archer. Minha vitória não cabe apenas a mim, mas também à vossa filha.

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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeSeg Out 16, 2017 8:59 pm




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A manhã tinha começado demasiado cedo. Uma de nossas ovelhas tinha decidido começar a parir às 5 da manhã, pela hora que estávamos despachados do assunto já não valia a pena voltar a dormir para ter que fazer o caminho até à Praça, tudo para termos que voltar para trás no fim do dia.

Eu e Aaron nos sentamos na mesa da cozinha cada um bebendo uma caneca de leite. Nos mantemos no silêncio por um bom bocado até ser meu irmão a quebrá-lo.

-Quem diria...- ele indaga. - Que o Dante se fosse meter numa coisa daquelas, e sair...

-É, e sem ninguém suspeitar. - Respondo, mais para não o deixar sem resposta.

-É demasiado estranho, ver um Archer naquele palco, novamente.

-Ele está porque escolheu. Nem imagino o que passou na cabeça do Cain e dos mais pequenos, ou o que está passando agora. - Cuspo.

-Poderia saber se tivesse ido falar com ele durante os jogos e após o seu amigo voltar. - Ele fala num tom demasiado acusatório para o costume.

-Eu não consegui ter estômago para isso, você sabe o porquê. - retruco.

-Sei, sim. Mas se lembre que vocês cresceram juntos e passaram pelo que passaram juntos. - ele conclui meio em tom de aviso.

-Obrigado por me lembrar Aaron. - respondo em seco, voltando a atenção para a minha caneca vazia,finjo acabar um líquido invisível e desvio o olhar para a janela. - Vou acordar os pais, está quase na hora de sair.

Quando chegamos ao edifício da justiça a primeira coisa que faço é correr os olhos pela multidão para tentar encontrar os outros Archer, missão impossível neste mar de gente, ainda mais quando eles estariam lá na frente.Empurro pelo mar de gente adentro para tentar ter a melhor visão possível. Acabo por ficar a umas 7 ou 8 pessoas antes, não é muito longe, e para mim que tenho uma altura decente serve.

O discurso do presidente é desenchabido como sempre, vejo Dante se remexer por trás dele, mas não consigo focar a cara dele, ainda está muito longe. Quando ele se aproxima para falar no microfone é que consigo ter uma imagem clara dele.

Ele parece muito mais velho, apesar se ser apenas um ano mais novo que eu, parece ter envelhecido uns 10 anos naquela arena, e a sua voz no microfone... Quem é aquela pessoa?

Minha família ficou para trás e me deixou seguir para a frente para eu ter o meu espaço de lidar com isto, com o regresso dele. Porquê eu não tentei chegar a ele antes, enquanto ele esteve no Dez sem olhar na cara as famílias que tal como as nossas uns anos antes perderam alguém que amavam?

Aquela pessoa no palco não era o garoto com quem eu cresci, e eu não sabia que pessoa era. Ouço-o a falar de Zachary enquanto eu contenho as lágrimas, no meio de tanta reviravolta quase que nos esquecemos que foi esse o motivo de esta loucura. Ele foi tentar vingar Zachary e Amaia e regressou quebrado, se o Dante que cresceu frio e com ódio do mundo regressou quebrado daquele jeito, como seria que voltaria o irmão dele? Ou a minha irmã?

As suas últimas palavras foram para a família da garota que o acompanhou, que estiveram na mesma situação que ele antes. Ele tenta ser caloroso, da maneira que o Sinistro pode. Tento me compor. Dante se despede e sai por aquela porta de madeira de novo.

Deixo a multidão desbandar e me esgueiro para as traseiras, esperando que saia. Mais vale tarde que nunca não é verdade?

-E se não é ele se não o Sinistro?! - lhe digo com um sorriso acolhedor quando o vejo saindo



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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeSeg Out 16, 2017 9:27 pm


DANTE ARCHER

A partir do momento em que ponho um pé fora do palco, que me cabisbaixo e minha expressão se torna mais leve. Terminou. Por enquanto, terminou.  

Mertle solta um suspiro e na sua forma menos orgulhosa possível, ou tentativa de, admite que eu até nem estive mal e que se me tivesse esforçado na Capital da mesma forma que me esforcei hoje em cima dos palcos, que lhe teria poupado metade do trabalho a arranjar patrocinadores. Ofereço-lhe um sorriso forçado mas leve, sem palavra alguma a acompanhar. Por agora, quero deixar isso tudo para trás e ver minha família. Duvido que as minhas palavras tenham acomodado de alguma forma a dor que lhes fiz passar, mas deitar tudo cá para fora me aliviou e bastante os ombros. Estou preparado para o que vier da parte deles, quer me agrade ou não. O problema aqui sou eu e terei que lidar com isso.

Ainda mal estou saindo do Edifício da Justiça pelas traseiras, quando alguém me corta o caminho para a Praça. Meus olhos se abrem bastante, tendo que confirmar duas vezes que era mesmo ele.

— Oi, Idiota. - Cumprimento meu velho amigo pelo nome que carinhosamente lhe apelidei numa fase da minha vida em que ainda não suportava sua presença, acompanhado por um sorriso fraco - Mertle tem razão afinal, eu devo estar mesmo melhorando nisto das palavras se te consegui convencer a voltar a falar comigo.

Apesar dos meses que passei no Dez antes de partir para a turnê e da proximidade entre a minha fazenda e a dos Haddock, esta é a primeira vez que Franklin dirige sua palavra a mim desde a minha despedida. Não que eu tenha também tomado a iniciativa, mas depois do que eu fiz, cortarem relações comigo é o mínimo que espero de toda a gente que fazia parte da minha vida, pelo que nem me senti no direito de tal.

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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeTer Out 17, 2017 7:06 pm




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A resposta que recebo não é bem a que eu esperava. Esperava a boca de não lhe ter vindo falar, mas esperava algo.. diferente.

-Até parece, Sinistro. Quem te ouvir até parece que sentiste a minha falta. - Gracejo.



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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeTer Out 17, 2017 7:31 pm


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Arqueio uma sobrancelha, não percebendo ao certo se ele estava a falar a sério ou a brincar. Às vezes era difícil decifrá-lo, mesmo depois de tantos anos.

— Deixa de fazer jus à tua alcunha. Claro que senti a tua falta. De onde veio essa auto-piedade agora?

Encaro-o de braços cruzados, seriamente, precisando ajustar o meu ombro com o aparelho metálico graças ao movimento brusco.

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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeTer Out 17, 2017 7:36 pm




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Meus olhos se abrem com a surpresa da confissão que sim, ele havia sentido minha falta. Tento esconder essa surpresa o mais rápido possível e voltar ao meu sorriso bobo.

- Que amoroso que você está. - Rio. - Jeitos que trouxe dos outros distritos?  



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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeTer Out 17, 2017 7:57 pm


DANTE ARCHER

Solto um riso seco com o comentário de Frank, tentando-me lembrar de relance de como fui recebido em cada Distrito, em cada palco que pisei, com cada pessoa diferente que falei.

— É. Os sentimentos que mais presenciei nesta viagem foram o amor e a compaixão, sem duvida alguma. - acabo por responder, num tom obviamente irónico.

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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeQua Nov 01, 2017 4:27 pm


AZAIAH ARCHER

Aguardo na esquina do Edifício da Justiça até Franklin Haddock terminar de pôr a conversa em dia com o meu primo. Mau timing, pirralho. Mas que bom que finalmente ganhaste coragem de lhe dizer alguma coisa. Só por isso é que me obrigo a esperar um bocado, antes de lhe fazer sinal para me dar espaço para fazer exatamente o que lhe disse que ia fazer - bem, mais ou menos.

Aceno para Dante quando ele capta a nossa atenção e começa a caminhar até aqui. Anthony e Samuel fazem-lhe uma festa ao vê-lo, o que traz um sorriso à expressão contida do rapaz, mesmo com Cain mantendo a sua distância, sem dizer nada.

— Vá, vá rapazes, terão tempo para isso em casa! O vosso irmão tem que fazer algo importante agora, não se lembram?   

Assentindo com a cabeça, Anthony e Sam dão-me espaço para colocar o braço em volta do pescoço de Dante, cumprimentando-o uma tapa leve na estrutura em metal no seu ombro. Meu primo olha para mim com a maior confusão na cara, que só me faz rir.

— Bonito discurso, priminho. Mas espero que tenhas consciência que palavras bonitas não vão limpar o teu nome. -  comento, com alguma rispidez - Mas não é isso que me interessa agora. Há alguém que quer conversar contigo.   

Fazendo força, obrigo o meu primo a caminhar para a frente, até chegarmos ao outro lado do edifício onde eu sabia quem iríamos encontrar.

— Ora viva, parceiro! - a voz alegre de Atticus Fletch nos cumprimenta de imediato, assim que avista Dante. Sinto o corpo do meu primo se contrair de imediato, fazendo uma força descomunal para se desprender de mim, e com sucesso. Solto um riso breve, caminhando para longe da cena.

— Vocês dois divirtam-se, vemo-nos em casa Dante. - rio mais uma vez, piscando o olho para Lexie Fletch quando me cruzo com ela. Obrigado, fico-te a dever uma. - murmuro, deixando-os para trás.


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MensagemAssunto: Re: Distrito 10   Distrito 10 - Página 8 Icon_minitimeQua Nov 01, 2017 5:07 pm


DANTE ARCHER

Atticus Fletch. Sou capaz de correr até Azaiah e esganá-lo aqui mesmo. Que merda é que ele está a tentar com isto? Esse gajo não levantou uma única palha por Zachary. A última coisa que quero ter é uma conversa com ele.

Observo o homem, sua mulher e filhos, e quem eu penso ser a sua prima, se bem me recordo. Obrigo-me a largar um pouco minha posição defensiva, mas sem deixar de mostrar que não tinha intenção nenhuma de conversar sobre o que quer que seja.

— O que é que queres? - Acabo por perguntar, sem querer perder mais tempo.

— Não pude deixar de reparar o quão tenso estavas ali em cima. Sei que embarcaste nesta jornada sem um mentor, e pá... - ele coça a cabeça, olhando para o céu - Acho que te posso dar umas dicas.

Ele encara-me com um sorriso bobo, o que só me deixa mais fora do sério.

— Sim, porque isso serviu de muito a Zachary. Foste sem dúvida uma ajuda imprescindível. -respondo de imediato, sem me preocupar com o meu tom de voz - Tivesses pensado nisso antes de ter fugido do Distrito. Como podes ver, safei-me bem sem ajuda. Agora não me faças perder o meu tempo.

Começo a andar para fora da cena, quando o homem me agarra no ombro direito. Faço força para me desprender, mas a dor me impede. Bufo com a raiva, antes de me virar novamente para ele. Depois da turnê a última coisa de que preciso é de me chatear ainda mais, de deixar que a raiva me consuma de novo. Mas eu não consigo gostar nem um bocadinho de Atticus Fletch, e esta conversa não estava a tornar as coisas melhores entre nós.

— Espera. Tem calma. Vá, respira fundo. - ele diz, antes de levantar as duas mãos no ar e soltar um pequeno riso que só me irrita mais, fazendo com que ele volte a assumir uma posição séria de imediato.   - Eu sei. Eu fiz muita merda, mas não é isso que quero dizer. Obviamente que não precisaste da minha ajuda para os Jogos Vorazes. Mas o pior ainda está por vir. Já deves ter percebido com esta turnê, que foi apenas uma pequena amostra da imagem no seu todo.

Bufo mais uma vez, com a minha respiração pesada acompanhando as suas palavras. Já não podia ouvir mais a voz desse homem, mas algo dentro de mim parece prender os meus pés ao chão.

— Agora precisas aprender a ser um mentor, não um Tributo. Eu reparei o quanto te apegaste a Ellie, rapaz. E isso é perigoso.

Oh Lord, send me transmissions
Forgive me for what I've become
The sun has come to save me
put a little love into my lonely soul


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